A coexistência não compensa

As pessoas tem levado demais em consideração os ditos “deveres”. Acredito sim na importância do planejamento e programação. Mas e o percurso? Até que ponto é aceitável coexistir em função de um futuro evidentemente incerto? Certeza mesmo só se tem do presente.

Tem que fazer faculdade que desgosta, caso contrário, não há sustento – salvo as raras exceções. Trabalhar no setor comercial com um querendo passar por cima do outro. Setor público? Também. Desgastante. Ônibus lotado e na mochila vai o pote da marmita pro almoço e o caderno pra aula. Nas costas? Vinte anos e três hérnias de disco. Olheiras, queda de cabelo, tendinite. 

Chegando em casa com tudo o que saiu pela manhã, sensação de vitória. Menos 15 horas da jornada semanal.. Fim do ano reclama que “metade da renda anual” foi de imposto. Não sobra muita $ coisa. 

Ainda ano passado um caso duma jovem com seus lá vinte e poucos anos, faleceu. Ataque cardíaco. Pra trás? O marido e o filho pequeno. A razão? Stress. Um exemplo dentre os muitos casos. Um exemplo degradante.

Até que ponto seguir o fluxo racional na vida compensa? Não sabemos o que vai acontecer amanhã, então vale amar o hoje. Qualquer dez/vinte minutos bem vividos por dia podem ser considerados glória. Todo dia. 

Ninguém sente a nossa dor e o peso nos ombros tensos. Cabe a nós as decisões. Somos nós quem sabemos onde o calo aperta. E não! Não vale a pena seguir o fluxo. A vida é pra ser vivida. E quem a vive, somos nós.

A vida se dá dos encontros de universos individuais, guardados em casa ser. Somos galáxias. Nós existimos, e não deixaremos que sociedade nenhuma nos faça ser menos que isso!

TT